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Mulher motorista: uma combinação que dá certo

As mulheres são mais cuidadosas, isso é um fato. E prova disso é que 82% dos acidentes no trânsito são ocasionados por homens. Apesar das evidências, ainda é grande o preconceito com a mulher no volante, principalmente quando faz parte da sua profissão.

A presença da mulher em profissões de condução ainda é pequena. Só para ter uma ideia, o Brasil possui apenas 0,5% de caminhoneiras. E nos aplicativos de transporte, a fatia aumenta um pouco, com 6% de condutoras femininas. Mas a tendência é que os números passem a aumentar nesse setor.

Como anda a estatística

De acordo com um estudo de março deste ano da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), o Brasil tem 25,8 milhões de motoristas mulheres ou 35% do total. Dentro deste número, 6,8 milhões delas também conduzem motocicletas. São Paulo é o estado com maior número de condutoras, totalizando 8,8 milhões. Já o Amapá possui apenas 49,8 mil de mulheres com habilitação.

A maior parte das motoristas têm entre 31 e 40 anos e entre 2013 e 2020, houve um aumento de 2,5% das mulheres com habilitação.

Um estudo do IBGE também informa que o valor médio da hora trabalhada por mulheres nesse mercado é de R$13,00 e R$14,20 para os homens.

Nicho de oportunidade

Muitas empresas de transporte estão começando a ter um olhar bem mais positivo com a presença das mulheres ao volante. Além do fator prudência que foi mencionado no início deste artigo, outra questão vem sendo decisiva: segurança.

Muitas mulheres sentem-se mais seguras em pegar transportes dirigidos por outras mulheres, tanto que alguns aplicativos de transporte já possuem a opção da passageira escolher a condutora pelo gênero. A Bolt por exemplo, tem em sua frota global 10% de motoristas mulheres, pensando justamente nesse nicho do mercado.

Infelizmente o número de assédios em transportes são altos. Numa pesquisa realizada pela empresa 99 com 1056 mulheres no início do ano, 64% afirmaram já ter sofrido assédio e 40% confessam ter medo de pegar transporte público.

Com essas informações, a 99 criou a 99Mulher, uma ferramenta que permite às motoristas mulheres transportar apenas clientes do sexo feminino e o bom dessa história é que outras empresas do setor também estão pegando carona em iniciativas como essa.

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A situação fora do Brasil

A Europa está com falta de motoristas no transporte rodoviário, com um quinto desta fatia precisando de profissionais. Mesmo com essa escassez, a presença de motorista mulher no continente é de apenas 2%.

A ideia é ampliar esse número para 10% no setor, promovendo melhores condições de trabalho e segurança. Uma das queixas entre as motoristas está na falta de espaços seguros nas estradas para pernoite.

Mais uma vez a segurança é o ponto forte, visto que é um problema geral que afeta as mulheres independente de onde estejam.

Apesar do aumento do número de mulheres no mercado, ainda representa uma fatia pequena no setor. O lado bom é ver que empresas têm procurado melhorar o ambiente tanto para as motoristas quanto para as passageiras, já que a falta de segurança é o maior desmotivador para o crescimento deste nicho entre as mulheres. A diferença salarial é algo que também precisa ser repensada, pois o que deve prevalecer nas profissões é a competência acima de tudo.

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